RSS

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

NO PRINCÍPIO ERA O VERBO...
E OS CURSISTAS FAZENDO USO DO VERBO...



Assim foi o início da nossa oficina de Análise Linguística, um grande bate papo sobre o poema Criação, de Gilberto Mendonça Teles. Comentaram sobre intertextualidade, jogo de sentido das palavras e estabeleceram relação entre o poema e o que seria, por certo discutido ao longo da oficina.
Criação
O verbo nunca esteve no início
dos grandes acontecimentos.
No início estamos nós,
Sujeitos sem predicados,
tímidos, embaraçados,
às voltas com mil pequenos
problemas de delicadezas,
de tentativas e recuos,
neste jogo que se improvisa
à sombra do bem e do mal.

A composição musical de Eliana Prints – Morda minha Língua – suscitou inúmeras possibilidades de leitura, e motivados pela audição da música, refletimos sobre a necessidade de aproximação entre as variantes da língua usadas por alunos e por professores.
Morda Minha Língua
O que é que tá passando pela sua cabeça?
O que é que tá pegando pra você entender?
O que você ouviu você agora esqueça
Mesmo que pareça que vai desaprender
Arranje outra maneira de tratar do assunto
Deixe de manha, deixe de abstração
Não pense na parte, pense no conjunto
Não caia no buraco da desatenção
Fale minha língua, morda minha língua

Pra você aprender tem que experimentar
Fale minha língua, morda minha língua
Pra nossa gramática se misturar
Não venha me falar com esse ar de importante
Comigo não cola, pode relaxar
Tire sua boca do auto falante
Que ninguém vai ouvir o nosso particular
A sua sintaxe ta muito feia
Ta cheia de besteira e de lugar comum
Onde é que tá o belo, onde é que tá a idéia?
No meio da bobéia desse baticum
Fale minha língua, morda minha língua
O pote já secou e eu tô raspando o fundo
E o seu vocabulário não se renovou
Dê uma alegria a esse moribundo
Que pena todo dia como seu professor.

Interessante é perceber que apenas a gramática normativa é citada pelos professores quando motivados a discutir conceitos de gramática. A discussão ficou muito boa quando estabelecemos relações entre os tipos de gramática e tipos de ensino.
Em grupos, a fundamentação teórica ficou por conta do estudo de textos de Irandé Antunes, Maria Helena de Moura Neves e Geraldi.
Discutimos a postura dos professores de Língua Portuguesa diante do ensino de Gramática em sala de aula. Importante ressaltar que os professores cursistas demonstram clareza sobre a necessidade de um trabalho democrático, que valorize as diversas variantes da língua, mas não há clareza de como desenvolver esse trabalho. Essas discussões desestabilizaram alguns professores, que confessaram precisar repensar a prática.

A análise do texto de um aluno de quinta série foi feita pelos cursistas que sugeriram estratégias de correção, chamando a atenção sempre para a importância de se estabelecerem critérios claros para correção do texto. Tais critérios devem estar diretamente relacionados ao planejamento de escrita trabalhado no TP6. Comentamos também a importância da reescrita, o passar a limpo. Se o professor trabalhar a reescrita dos textos com seus alunos, ajudará bastante a diminuir os problemas apresentados nas produções textuais.

Foram sugeridas algumas atividades de pontuação e construção do sentido, presentes no AAA e no TP.
Tais atividades foram muito bem aceitas pelos cursistas, pois são divertidas e além de bastante significativas, funcionam como um desafio, prendendo a atenção de todos.
No final da oficina nos lembramos de que “no princípio era o verbo”... mas como diz Quintana,

Isto foi apenas no princípio.
Depois transigiu,
e muito.

Já não é o princípio, estamos “no meio da bobeia deste baticum” e precisamos nos encontrar...
então, companheiro, "morda minha língua, pra nossa gramática se misturar".

domingo, 29 de novembro de 2009

NOVEMBRO CONTINUA DOCE... AZEDO, AMARGO, GOSTOSO... VARIA...

Variação foi o que não faltou em nossa oficina referente ao TP1, que promoveu reflexões sobre as Variantes Linguísticas e suscitou discussões acirradas acerca do como usar essas variantes em sala de aula.
Começamos analisando uma composição musical – Gaiola – da banda Fantasmão, que traz uma variante urbana, bastante estigmatizada, a linguagem das bandas de pagode.

GAIOLA
Viver em liberdade
é como um pássaro livre sem gaiola
Pra que andar errado, pra que andar assustado
pra que se a solução ta em você?
Escute o que eu te digo
é palavra de irmão
quem vacila na quebrada
vai cair no gaiolão
Vai cair na gaiola
Seu próprio parceiro pode te entregar
vai cair na gaiola
se os "home" apertar não vai aguentar
vai cair na gaiola
seu mundo é esse e não o de lá
vai cair na gaiola
não vá pisar na bola
Não vire a cabeça
pra esse mundo de ilusão
não seja o laranja
pra entrar no mundo cão.

Os professores discutiram que o uso de textos como esse em suas aulas, além de conseguirem despertar atenção do aluno, pela identificação que tem com a banda, ainda ajudam muito no estudo de variantes reais, fugindo da ideia de que só as músicas com variações rurais contemplam este estudo.
Mobilizamos a turma para a leitura de textos do “internetês”. Interessante observar que grande parte dos nossos professores costuma bater papo na internet, no entanto, não se sente atualizado com relação às variantes usadas neste tipo de comunicação.
As atividades em grupos foram bastante proveitosas, pois propiciaram que os professores cursistas produzissem textos e apresentassem performances que evidenciaram a variação da língua em suas diversas situações de uso.
A fundamentação teórica trouxe textos de Marcos Bagno, Travaglia, Labov e Dino Pretti, que apresentaram tipos de variedades lingüísticas. Para cada tipo de variação, os grupos sugeriram atividades didáticas que podem ser desenvolvidas com os alunos em sala de aula.

                                                        Essa galera é massa!!!
 O trabalho com variantes lingüísticas é uma verdadeira quebra de barreiras, pois alguns professores ainda consideram erradas as variantes estigmatizadas, e sentem dificuldade em reconhecer que há diferenças entre norma padrão e norma culta... Esses paradigmas só conseguiram deixar as discussões ainda mais interessantes e mais proveitosas.
Ainda deu tempo de mostrar as Gírias da Academia Brasileira de Letras, como
Colóquio sonolento para acalentar bovino / Deglutir o batráquio e outras... não entendeu?
Oxente, vai pra oficina do Gestar, meu rei, que lá é massa de aprender essas coisas!!!
DOCE NOVEMBRO...
A oficina do TP6 teve por objetivo discutir argumentação e estratégias relacionadas ao planejamento de escrita. Para alcançar esse objetivo, começamos apresentando algumas imagens de lugares para que toda a turma fizesse opção por uma. Depois de muitos comentários e argumentos, defendendo este ou aquele lugar, o grupo fez opção por uma imagem linda, que logo recebeu o nome de Praia dos Gestaleiros.




O segundo passo era construir um texto coletivo a partir daquela imagem... novas discussões e foi decidida a criação de um outdoor.



O trabalho ficou muito bom, melhor ainda foram as reflexões feitas. Exploramos todos os argumentos que usamos desde a escolha da imagem até a conclusão da construção do texto.
Em seguida realizamos a dinâmica Concordo/Discordo/Argumento, que consistiu em dividir a turma em duplas; sugerir que um dos componentes da dupla concordasse e outro discordasse da afirmação que seria apresentada. Após todos assumirem os seus papéis, cada dupla recebeu uma ficha contendo uma afirmação polêmica (do tipo “o homem é o cabeça da família”, ou “casamento tem de ser para sempre”) sobre a qual cada componente teve 03 minutos para argumentar de acordo com o papel assumido anteriormente – concordar ou discordar.
A turma vibrou com a atividade. Refletimos sobre o quanto foi difícil ouvir os argumentos do colega, bem como sobre a dificuldade de construir argumentos coerentes para concordar com algo de que discordavam e vice-versa. Questionamos sobre os tipos de argumentos que foram usados e passamos para a fundamentação teórica estudando textos de Platão e Fiorin, bem como de Ingedore Vilaça.


Como atividade em grupo, os professores cursistas tiveram a oportunidade de vivenciar situações de produção de textos, que fizeram refletir sobre o planejamento na produção textual, bem com sobre a necessidade de promover atividades que desenvolvam a competência argumentativa dos alunos.
OUTUBRO CHEGOU COM ESTILO... E COERÊNCIA.
Foi uma oficina proveitosa e prazerosa. As atividades propostas conseguiram mobilizar os cursistas para a necessidade de trabalhar Estilística em sala de aula.


Acolhemos a turma falando sobre Palavras, o poder que as palavras tem em nossas vidas, e o quanto elas são carregadas de significados, lembranças, emoções. Foi um momento muito aconchegante que deixou a turma bastante motivada para as próximas atividades.
A oficina acelerou mesmo, quando dona Edna, personagem da historinha contada para introdução do estudo, abriu o galinheiro e todos os frangos fugiram... só um no entanto, pulou a cerca e atravessou a estrada... por quê?



Descobrir o porquê de o frango ter atravessado a estrada, não foi o mais importante, importante foi analisar a forma que cada personagem solicitada usou para explicar a situação. Foi uma forma bastante significativa de perceber as marcas do estilo de cada fala, bem como a coerência entre a explicação dada e o perfil de cada personagem.
Para a divisão da turma em grupos usamos fragmentos de músicas de estilos bem diferentes, forró, rock, sertaneja, pagode, axé... foi uma festa toda a turma cantando os trechos de todos os grupos.
A fundamentação teórica foi feita a partir de leituras de textos de Othon Garcia, Lapa, Sírio Possenti e Ingedore Villaça, com questionamento sobre as palavras que são mais importantes dentro de um texto. Foi bastante pertinente a discussão sobre os lexemas, os morfemas, a fantasia das palavras e a parafantasia. Pertinente foi também a atividade realizada com o Texto de Referência do TP, quando “enxugamos” ao máximo o texto conservando o seu sentido.
Nesta oficina analisamos alguns textos não verbais e todas as pistas que trazem para a construção da coerência textual. Analisamos atividades sugeridas no TP e no AAA, observando as relações entre conteúdo, objetivos, tópicos e descritores da Matriz de Referência do ensino de Língua Portuguesa contemplados ali.
Os professores cursistas usaram expressões como encantamento, prazer, excelência, maravilha, conhecimento e outros para avaliar a oficina, registrando em sua maioria, que a proporção em que o curso avança, sentem-se mais motivados a repensar a prática.
“QUANDO ENTRAR SETEMBRO E A BOA NOVA...”
Setembro chegou e a boa nova foi a oficina de Letramento. Que delícia discutir sobre a necessidade do desenvolvimento da competência leitora do cidadão.
Começamos acolhendo com um poema de Almir Medeiros

É PRECISO LER

                                                                                                                                                            Hosana e Verônica - Performance 
É preciso ler para conhecer o homem
Para conhecer a vida,
Para conhecer o mundo.
É preciso ler.
Ler para satisfazer as exigências culturais
Advindas do permanente questionar
A que o ser humano é levado,
Buscando em tudo o que o cerca
Um significado além daquele
Proporcionando pela realidade imediata
É preciso ler.
Ler para satisfazer os anseios
da natureza espiritual
Que levam o homem a se aproximar
Mais e mais de Deus
É preciso ler
Ler para conquistar paz interior
Que possa substituir o universo caótico
Ocasionado pelo  turbilhão                                                                                                   
em que cada um vive
É preciso ler
Ler muito bem
Enquanto se puder.

Foram bastante enriquecedoras as reflexões sobre o poder que a leitura exerce sobre cada um de nós.
Sugerimos aos cursistas que ao longo da oficina fossem construindo um Diário de Bordo. Sugestão aceita, mãos à obra, pois havia muito a fazer.
Ouvimos e analisamos a composição musical, Meu caro amigo, de Chico Buarque e discutimos o quanto os conhecimentos prévios, o contexto, tudo influencia na compreensão do que é lido. Gostoso das oficinas da área, é a harmonia que há entre elas. Retomamos a oficina de Gêneros, salientando que a composição musical- Meu caro amigo – é também uma carta escrita em versos...


                                          Trindade, Ana Rita e Risocele - Performance

Num momento bastante significativo, os cursistas dramatizaram situações de leitura e escrita, bem como analisaram situações cotidianas que exigem conhecimentos prévios e habilidades de leitura para que a comunicação se faça eficaz.


                              André e Epitácio - Performance

A fundamentação teórica ficou por conta de textos de Marcuschi, Magda Soares e Delia Lerner, que foram lidos em grupos, socializados e discutidos.
Nesta oficina os professores tiveram um tempo para relatar sobre as atividades do Avançando na Prática que aplicaram com seus alunos. Foi impressionante ouvir depoimentos positivos acerca do trabalho desenvolvido. Alguns cursistas declararam que a participação dos alunos superou qualquer expectativa que tinham para o desenvolvimento da atividade. Foram sugeridas, analisadas e validadas também, algumas atividades do AAA, que contemplam o desenvolvimento da competência leitora na perspectiva de letramento. Segundo as avaliações feitas pelos cursistas,a turma amou a oficina... eu também!



Gêneros Textuais...

É final de agosto, e eu estava ansiosa pela realização desta oficina. Nela aconteceram discussões bastante enriquecedoras, que motivaram o professor cursista a repensar o planejamento de leitura em suas aulas.
As discussões foram embasadas em textos de teóricos como Mikhail Bakhtin, Marcuschi e Ingedore Villaça.
Foi de grande importância refletir sobre a necessidade de garantir que a escola promova o estudo de gêneros variados, especialmente os de maior circulação social, já que estes estão presentes no cotidiano do nosso aluno que, na maioria das vezes não tem desenvolvida ainda a habilidade de leitura necessária à compreensão desses textos.
Levamos uma diversidade de gêneros para a oficina, trabalhamos com classificados poéticos e de jornais; receitas, previsões do tempo e até notas de falecimento. Vejam esses textos que levamos para a oficina para motivar o professor a trabalhar leitura e produção de gêneros diversificados.

TEXTO 1

VIDE-BULA
Classificação: Remédio.
Nome: Paratesquecer.
Composição: Ingredientes dosados pra esquecer alguém que não te quer, te faz mal ou tem namorado(a).
Ingredientes: Chá de “cai na real”, amor, felicidade, carinho, pó de alívio no coração.
Informações ao paciente: O remédio age rapidamente, traz o esquecimento da “pessoa”, causa alívio ao coração, paz, tranqüilidade, melhora a visão, você conseguirá ver que existem pessoas que te amam, e que não vale a pena sofrer por “alguém” que não te quer ou tem namorado(a), esse “alguém” só te faz mal.
Indicações: Esse remédio é indicado pra pessoas melancólicas, que sofrem de amor platônico, ou doentio (pessoas que não se tocam).
Posologia: Ingerir dois comprimidos todas as vezes que pensar nesse “alguém”, mais dois comprimidos se sentir vontade de chorar por esse “alguém”, e mais dois comprimidos se sonhar com esse “alguém”. Enfim, tomar dois comprimidos todas as vezes que tiver um sentimento ruim dentro de si por causa desse “alguém” (angústia).
Contra-indicações: Não há contra-indicações, qualquer pessoa pode ingerir esse remédio, pois só contém coisas boas.
Reações adversas: Não há reações adversas, e também não há chances de recaída, é fatal, tomou esqueceu! Só há reações nas pessoas que sofrem desse mal, pois melhorarão.
Validade: Eterna. Basta você querer e o remédio vai agir, o tempo que for. Só não abuse!
                                Paula Santos Garcia – 8ª/2006


TEXTO 2

RECEITA DE COMO SUA MÃE DEIXAR VOCÊ ASSISTIR REBELDE

Ingredientes:
01 panela cheia de bajulação
70 sacos de calma
07 copos de paciência
01 colher cheia de mentira
02 xícaras de força
06 potes de choro

Modo de preparo:
Pegue a sua panela de bajulação e use-a para bajular a sua mãe, depois de tanto bajular, use os 07 copos de paciência e arrume toda a sua casa. Quando sua mãe perguntar, se você já fez o dever, use a colher de mentira.
Quando ela voltar do trabalho e começar a reclamar, use as 02 xícaras de força e os 70 sacos de calma e aguente o trampo. Quando começar REBELDE e sua mãe não deixar você assistir, use os seus 06 potes de choro. Agora se sua mãe for barra pesada, triplique os ingredientes...
E boa sorte!
                                       Hilem Santana Gonçalves -6ª/2006

O professor cursista participou ativamente de cada atividade, mostrando uma motivação muito grande para o trabalho com variedade de gêneros em sua unidade escolar.
Ressaltamos também a necessidade de desenvolver um trabalho que contemple os objetivos do ensino da Língua, segundo os PCN e a Matriz de Referência de Língua Portuguesa.
Foi nesta oficina que o professor foi devidamente orientado para o trabalho com o TP - a aplicação do Avançando na Prática, o estudo do Texto de Referência e todos os detalhes significativos que compõem o livro. Foi orientado também o trabalho com o AAA, analisando algumas atividades propostas, ratificando a necessidade de atividades que contemplem a Matriz de Referência e os objetivos do ensino de Língua dos PCN.
Começar as oficinas da área pelo TP3 me deixou apreensiva. Senti que algumas reflexões acerca de texto e linguagem, ficaram atropeladas e as discussões, embora bastante pertinentes, não ganharam a dimensão que eu esperava. Ainda assim, foi uma delícia vivenciar com os cursistas atividades de leitura e produção de textos de gêneros diversos. Os professores que compõem esta turma são envolvidos e envolventes, tem um jeito todo especial de trabalhar e, principalmente, estão se deixando seduzir pelo programa. Estou encantada!!
Planejar é preciso...


Nesta semana, meados de agosto, realizamos a oficina que discutiu a necessidade do trabalho com Projetos Interdisciplinares. Foi uma oficina extremamente gostosa. Começamos com o poema de Cecília Meireles:

Renova-te

Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

O grupo de professores cursistas participou ativamente, comentando sobre a necessidade de um novo olhar sobre a prática pedagógica e o quanto esperavam que o Gestar pudesse vir ajudar no desenvolvimento desse novo olhar.
Falamos de sonhos, utopias... propusemos aos professores que escolhessem alguns sonhos que gostariam de realizar e durante uma viagem, sugerimos que deixassem de lado alguns desses sonhos, já que apenas um deles poderia ser realizado. Foi interessante observar com que pesar os sonhos eram deixados de lado, alguns desprezados, outros apenas adiados para realizações futuras. Mais interessante ainda foi relacionar essa dinâmica ao processo de construção dos projetos interdisciplinares nas unidades de ensino; cada sonho correspondendo a uma necessidade a ser atendida na escola e a necessidade de elencar prioridades a serem trabalhadas.
Fizemos, nesta oficina uma fundamentação teórica usando um texto de Nilbo Nogueira – Etapas de um projeto, em seguida, os professores foram orientados para a elaboração do projeto que será aplicado em sua unidade de ensino. Houve comentários sobre a necessidade de mobilização de toda a comunidade escolar, em especial dos alunos, já que eles serão os executores do projeto, deverão ser seduzidos a participar efetivamente de cada etapa.
Esta oficina evidencia a responsabilidade e a abrangência do programa Gestar, e desperta em cada professor formador, como eu, a consciência de que estamos em cada escola, movimentando a rede... há muito o que fazer, companheiros, vamos à luta!!
Companheiras(os),

Todo jardim começa
com um sonho de amor.
Antes que qualquer árvore
seja plantada
ou qualquer lago
seja construído,
é preciso que as árvores
e os lagos
tenham nascido
dentro da alma.
Quem não tem jardins
por dentro
não planta jardins por fora.
E nem passeia por eles...
Rubem Alves


Finalmente aconteceu a oficina Introdutória! E olha que já estamos em agosto! Foi no sábado, dia primeiro, numa turma com 28 cursistas no Polo de Riachão de Jacuípe, cidade pertencente à Direc 02. Nesta oficina discutimos uma série de coisas técnicas que tem por objetivo informar o cursista o que vem a ser o Programa: seus objetivos, a carga horária, função de cursista e de formador, etc.
Gosto de realizar as oficinas do Gestar... Na verdade gosto do Gestar todo, toda a idéia do Programa, a teia que é tecida para envolver o cursista que, enlaçado não vê outra saída que não repensar... Repensar a prática, a teoria também. Repensar o fazer, refazer... Torci durante muito tempo para que outros estados pudessem viver isso o que aqui na Bahia estamos vivendo há alguns anos, esse “frisson” na rede (rede estadual de ensino), sentir a rede vibrando, desajustando, reajustando...
Não sei se o novo formato do Gestar que foi implantado em todo o país vai conseguir a dimensão que conseguimos aqui, mas torço por isso. Torço e trabalho. Trabalhando, na oficina introdutória de que comecei a falar, após acolher e sensibilizar o cursista com uma reflexão sobre a necessidade de mudança, da busca do novo partindo do poema de Fernando Pessoa, foi feita uma dinâmica de apresentação , quando os cursistas , à proporção que iam se apresentando e dizendo suas expectativas com relação ao Programa, colocavam numa árvore fixada no quadro o seu nome em uma das folhas, simbolizando assim a idéia de que o Gestar é a árvore, e a partir daquele momento, cada um é parte integrante do Programa.
No momento da sistematização das idéias técnicas constantes no guia, reforçamos também a necessidade da formação continuada, a importância do retorno aos estudos em busca da ressignificação... Nesta oficina foram preenchidas algumas fichas cadastrais, termo de compromisso, e foi entregue o Kit com os TP e AAA.
Demos um “passeio” pelo TP3, já que começaremos por ele as oficinas da área (confesso que estou meio apreensiva com relação a isso), salientando a importância do estudo e da resolução de todas as atividades em casa, uma vez que o curso não é inteiramente presencial.
Fiquei muito, muito encantada com a turma. Ela tem um borogodó!!!!!!!!!!!!
Já no primeiro encontro houve uma interação muito gostosa que me fez perceber que ali grandes discussões acontecerão, e a partir daí muitas práticas serão repensadas. Em Riachão do Jacuípe, os nossos professores cursistas além de ensinarem Língua Portuguesa ou qualquer disciplina, como em qualquer outro lugar, lutam contra uma quantidade grande de adversidades, e, na condição de formadora do Gestar, percebo que as discussões, os estudos podem provocar bem mais do que uma melhora apenas no campo profissional...
Mediar essa oficina foi um desafio... Após tantas, a primeira de cada etapa é sempre muito especial, foi especial principalmente porque, após já ter participado como formadora da certificação de três etapas, uma do Gestar I e duas do Gestar II, o novo formato Gestar/UNB me deixou em alerta... o novo tem o poder de despertar desconfianças. A mensagem inicial desta oficina veio fortalecer a ideia de que “navegar é preciso”.

Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo.
Esquecer os caminhos que nos levam
sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
se não ousarmos fazê-la
teremos ficado pra sempre
à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Memorial Descritivo

Reflexivo

Afetivo

Profissional
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
                                                                                               Que tristes os caminhos, se não fora
                                                                                                A presença distante das estrelas.

                                                                                                                                    Mário Quintana
Meu nome é Nancy Santos Caldas, sou professora de Língua Portuguesa e formadora do Programa Gestar, no estado da Bahia. Iniciei a minha jornada como professora, quando, em 1980, ao concluir o primeiro ano do Ensino Médio, na época denominado Ensino Básico, fiz opção pela mudança de escola para ingressar no Magistério, chamado também de Curso Normal. Desde então começou uma relação de afinidade entre mim e a Educação. Fui bem sucedida durante os dois anos de curso, em especial em disciplinas como Metodologia do Ensino de Comunicação e Expressão e Estágio Supervisionado.
Terminado o segundo grau prestei vestibular para Licenciatura em Letras e Artes, na UEFS, Universidade Estadual de Feira de Santana, fui aprovada com boa classificação. Já no primeiro semestre percebi que era realmente aquele o curso que eu queria, mas confesso que, por diversas vezes me senti decepcionada com o modelo de formação oferecida pelo curso. Havia um distanciamento muito grande entre os estudos e avaliações às quais eu era submetida enquanto estudante, e a realidade de escola que conheci, quando desempenhei o estágio supervisionado do Curso Normal. Alguns professores me convenceram de que aos dezessete anos (minha idade quando comecei o curso) não se entende muita coisa sobre formação acadêmica, funcionamento de escola, etc.
Imatura, passei os semestres seguintes fazendo leituras, apresentando trabalhos, nos quais eu sempre me saía muito bem, curtindo o curso sem preocupações com sala de aula, mesmo porque não voltei a dar aulas até o quinto semestre, quando fiz o primeiro estágio orientado do curso de Letras. Foi uma estranha sensação, pois à vontade com os alunos, conseguindo um relacionamento muito bom, sentia uma dificuldade enorme de ensinar assuntos que, a princípio, eu dominava muito bem. Já não tão imatura, discuti com alguns professores que atribuíram minhas dificuldades à inexperiência, eu era uma das mais jovens da turma e das poucas que não trabalhavam efetivamente em sala de aula. Entendi que, infelizmente, não seria ali que eu teria respostas para os meus questionamentos. Uma das minhas irmãs (minha família é muito grande, tenho sete irmãs e um irmão) se formou também em Letras no mesmo ano em que eu comecei o curso. Foi ela quem me disse que quase nada do que se estuda na universidade se aplica na vida profissional. Achei meio cético, mas ela estava trabalhando em várias escolas particulares, cheia de planejamentos, provas a corrigir, reuniões a participar... eu queria aquilo também para mim, e tratei de levar o curso adiante.
No último ano do curso, enfrentamos uma greve de professores que atrasou a formatura em um semestre. Neste período eu dava aulas particulares de Língua Portuguesa, e antes da conclusão do curso fui convidada para trabalhar em duas escolas particulares. Nesses trabalhos, influenciada por alguns colegas e coordenadores, comecei a acreditar que ser um bom professor era simples. Você precisava ter firmeza no olhar, segurança na voz, mesmo que não tivesse certeza do que estava falando, além de manter o aluno ocupado: muitas explicações, muitos exercícios, e tudo muito difícil, caso contrário os alunos poderiam achar que você era boazinha e acabariam tomando conta da aula e não respeitando você.
Fiquei pouquíssimo tempo nessas escolas, pois os horários do estágio do último semestre começaram a complicar e eu não queria, em hipótese alguma, atrasar a conclusão do curso.
Quando concluí o curso, não tive tempo de planejar minha vida profissional, recebi convites e comecei a trabalhar em várias escolas particulares, a princípio pequenas escolas, depois as maiores e mais famosas da cidade, dessa forma, não me sobrava tempo para nada e eu me sentia envaidecida a cada dia, não tinha tempo nem mesmo para participar das reuniões das escolas, o que me deixava distante dos problemas discutidos. Foi quando comecei a perceber que estava me tornando refém daquela situação, pois trabalhava os três turnos todos os dias e aos sábados e domingos sempre havia o que corrigir, o que preparar... Resolvi que precisava diminuir o ritmo, assim tentei reduzir um pouco a carga de trabalho semanal. Foi difícil, mas nunca estive só, sempre pude contar com pessoas que me foram e são preciosas. Alguns colegas e coordenadores muito me ajudaram a desconstruir aquela idéia de bom professor que comentei anteriormente. Passei a participar de grupos de estudo, seminários oferecidos pelas escolas e das reuniões de coordenação pedagógica.
Tudo isso ajudou no amadurecimento do meu fazer profissional e eu não mais estava satisfeita com os rumos que dava a minha vida. Comecei a sentir necessidade de estudar e pensei em fazer uma pós, porém adiei o projeto pois, depois de muitos anos, haveria concurso para professores de escolas públicas e eu iria participar. O concurso aconteceu em 1989, fui bem classificada e achei que a sonhada realização profissional estava chegando.
Foi a maior decepção da minha vida começar a trabalhar na escola pública. Eu tinha toda uma história no ensino privado, não consegui me adaptar ao descaso, à falta de responsabilidade e de respeito com que o ensino público era tratado, não só pelos governantes, mas e principalmente pelos que deveriam ser sujeitos na situação: professores, alunos, diretores, pais... fiquei enlouquecida em especial, ao ver colegas que, junto comigo faziam belíssimos trabalhos na rede privada e tratavam a escola pública com descaso e irresponsabilidade. Resolvi, então, pedir exoneração, pois não poderia compactuar com aquela situação. Comentei a decisão, que não era só minha: aquela minha irmã também professora resolveu tomar a mesma decisão. Os colegas reclamaram, disseram que seria loucura, mas estava certa do que queria, até que alguém me disse que já esperava por isso, pois eu era muito frágil e não teria coragem de enfrentar escolas de verdade. Desisti de desistir e fui trabalhar no Colégio Estadual Odorico Tavares, escola onde estudei durante nove anos e na comunidade onde morei quase toda a minha vida (minha irmã pediu exoneração, foi para Salvador, continuou dando aulas em cursinhos e passou no vestibular para Jornalismo na UFBA, hoje atua nas duas áreas...).
Juntei-me a algumas colegas e montamos grupos de estudos e organizamos um clube de leitura que foi um verdadeiro sucesso na escola. Neste período, início dos anos noventa, ainda havia nas nossas escolas alguns cursos profissionalizantes. Fui por dois anos, coordenadora do curso Técnico em Administração. Além de dar aulas de Língua Portuguesa, orientava os planejamentos, encaminhava estágios junto às empresas, eram atividades bastante dinâmicas. No final do ano ainda organizava a formatura, que era celebrada com exagerado requinte.
Com o fim dos profissionalizantes o estado implantou o Ensino Médio com currículo que se aproximava do da rede privada. Queria voltar aos áureos tempos de escola pública de qualidade que aprovava no vestibular. Planejou mal: não investiu em recursos materiais nem humanos, as escolas estavam sucateadas e os professores não recebiam formação continuada nem remuneração adequada, assim tudo se encaminhava para a falta de perspectiva, pois, terminado o segundo grau os alunos não passavam no vestibular nem tinham qualquer conhecimento profissional...
Conservando o Ensino Médio, mais um curso foi implantado: o curso de Aceleração. Tinha como objetivo, como o próprio nome diz, acelerar a estada do aluno na escola, em dois anos o segundo grau era concluído. Fui convidada a coordenar esse curso (que depois virou EJA- Educação de Jovens e Adultos e que este ano passou a ser ET – Eixos Temáticos). Foi uma boa experiência, pois precisávamos organizar projetos que seriam vivenciados durante cada unidade por todos os professores do curso. Difícil lidar com alguns professores que não aceitavam trabalhar com projetos, mas que também não tinham idéia melhor, apenas não queriam – ou não sabiam - fazer. Conseguimos levar o curso à frente, com a qualidade possível para um segundo grau de dois anos.
Em 1998 coordenei o turno vespertino, ensinos fundamental e médio e, junto com um grupo muito bom realizamos trabalhos bastante significativos. Durante todo esse tempo trabalhava também em escolas particulares percebendo, cada vez mais o distanciamento entre as duas redes.
Em 2001 a diretora me convidou para ser articuladora da área de Linguagens, foi a função que me mostrou que eu precisava estudar (até então meus estudos se resumiam aos que fazíamos nas reuniões pedagógicas), como articular o que eu não conhecia? Voltei para a universidade, dessa vez a UNEB – Universidade do Estado da Bahia onde fiz uma especialização em Planejamento Pedagógico. Foi um curso que, além de elevar minha auto-estima – ter uma pós, mudança de nível... – ainda fortaleceu meu desempenho nas duas funções: regência e articulação.
No final de 2003 entrei para o Programa Gestar. Naturalmente meio apreensiva, queria conhecer um pouco para ver se haveria identificação. Gostei do material, do calor com que a coordenação me acolheu e aos poucos fui conhecendo a proposta. Tudo em encantava, especialmente porque continuava na escola particular e adaptava as estratégias propostas para aplicar em minhas turmas, a maioria com sucesso total. Os encontros de formação foram riquíssimos, tive a oportunidade de estudar com professoras como Leila Teresinha Simões Rensi, Cátia Regina Braga Martins e principalmente Maria Antonieta Antunes Cunha com quem troquei inúmeras idéias sobre as propostas dos TP.
Precisei rever uma série de conceitos que alimentava sobre o ensino de Língua Portuguesa, em especial quando comecei a ministrar oficinas. A clientela do Gestar I era formada de professores de primeira à quarta série do fundamental que eram inteiramente desprezados – pelo sistema, pelas direções, pelos pais, por nós – preconceituosos professores de ensino médio... e além de Língua Portuguesa e Matemática, o Gestar precisava levar esperança. As oficinas de Psicopedagogia foram determinantes para o sucesso desse trabalho. Foi quando comecei a descobrir que a realização profissional existe, está bem aqui, na caminhada, não na chegada.
Trabalhei com o Gestar I em Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos, Santo Estevão e Coração de Maria (nas duas primeiras, fiz oficinas, acompanhei professores nos plantões, observei aulas, participei de AC- atividades complementares, além de ganhar presentes e amigos; nas demais, apenas fiz oficinas esporádicas).
Em 2005 começaram as atividades do Gestar II e fiquei ainda mais encantada, pois tudo era muito mais próximo de mim, já que sempre havia trabalhado com ensino fundamental. Aplicava (ainda aplico, continuo em sala de aula) as sugestões de trabalho com as minhas turmas de 5ª/8ª antes de levá-las para as oficinas.
A clientela do Gestar II é bastante diferenciada do Gestar I, são professores que, de um modo geral estão mais atualizados, mais confiantes e mais desconfiados: acham que o Programa pode ser “mais um programa de faz-de-conta do governo”, questionam o espaço, o material – trabalhamos até 2008 com Xerox, não tivemos módulos bonitinhos, coloridos – e, em especial, questionam a competência dos formadores. Mas é só no início, pois logo percebem o diferencial do curso: a aplicabilidade de tudo, ou quase tudo o que se estuda e a alta dose de afetividade com que cada coisa é preparada. Aí a sedução se faz e com as minhas turmas, a sedução foi completa e recíproca.
Desde 2006 reduzi a carga horária na escola particular para assumir, no noturno, algumas aulas no ISED Faculdade Eneb – Instituto Superior de Educação, Escola de Negócios da Bahia. É uma faculdade que começou como escola de negócios e fundou em seguida uma escola de educação. Fui trabalhar com o curso de Pedagogia – Licenciatura, com a disciplina Literatura Infantil. É um trabalho muito gostoso, aplico quase tudo do Gestar e consigo uma interação maravilhosa com as turmas. Meus alunos ressaltam sempre o diferencial das nossas aulas que conseguem aliar tão bem a prática à fundamentação teórica. Tenho plena consciência de que, essa aprendizagem significativa, conheci no Gestar.
Em agosto de 2008 fui à Brasília, junto com a coordenação estadual do programa, apresentar o desenvolvimento do Gestar aqui na Bahia. Foi muito gratificante estar ali, mostrando para representantes de todos os pontos do país, que a Bahia, estado discriminado por grande parte da população, não tem só carnaval e praia bonita. Tem gente envolvida e envolvente, que faz trabalhos que dão certo. Gente que não está alheia aos problemas da educação e que faz muito mais do que diagnosticar cada um desses problemas, para publicar em revistas e jornais. A proposta do Gestar é que onde houver escola, haja também um “gestaleiro” que rompa barreiras e que ressignifique aprendizagens.
No final de novembro do ano passado, viajei com um grupo da Cine Vídeo. Fomos a Pernambuco – Caruaru e Nazaré da Mata e a Minas Gerais – João Monlevade. Nestas cidades orientei professores que participariam das filmagens para uma série de programas que serão exibidos na TV ESCOLA no próximo mês. Foi bom demais, em Caruaru organizamos uma aula que envolvia passeio na feira e conversa com repentistas, além de um trabalho muito gostoso com leituras e produção de Cordel.
Em Nazaré da Mata o trabalho foi com o Maracatu, e eu fiquei encantada com a riqueza cultural e com as aulas que poderíamos desenvolver partindo daquilo que para alguns era um verdadeiro espetáculo, e que está ali, fazendo parte da vida daquele lugar.
Em Minas, na cidade de João Monlevade conheci o Coral Família Alcântara. Organizamos uma apresentação num teatro, fomos à emissora de rádio e à redação de um jornal para divulgar a apresentação. Em todos esses lugares foi maravilhoso apresentar o Gestar e a proposta de atividade que era sempre muito elogiada. Em alguns momentos precisamos lançar mão de uma série de argumentos para convencer alguns professores a participarem das gravações, curioso perceber, que estando à frente de tantos alunos todos os dias, nos intimidamos diante das máquinas... Estou ansiosa para ver o resultado de um trabalho do qual eu participei do processo.
Nosso estado é muito grande e tem uma diversidade cultural enorme, como os encontros de formação não nos davam tempo para uma interação maior e que viesse contemplar em nossas oficinas toda essa riqueza cultural, a coordenação estadual, no final do ano passado teve uma idéia muito boa. Dividiu a Bahia em cinco áreas, cada uma delas recebeu uma espécie de articulador de Língua Portuguesa e um de Matemática. Eu assumi a área 02 que compreende 09 DIREC – diretorias regionais de educação. Cada DIREC atua sobre um número de cidades. Os articuladores têm a função de reunir os formadores de sua área, ouvir sugestões, orientar estudos e, como o nome diz, articular para que toda a Bahia possa “falar a mesma língua gestaleira”.
Neste momento profissional estou me sentindo cheia de energia. Acabamos de realizar uma seleção para novos formadores do estado. Participei de todo o processo, desde a divulgação nas escolas, até o resultado final. Estive durante toda a semana passada em Salvador planejando com os demais articuladores as ações a serem desenvolvidas em cada área, bem como as orientações para os novos formadores. Quero seguir em frente, não devemos parar porque o Gestar é vivo e leva esperança de vida significativa a tantas escolas e a muitas outras vidas.

As mais belas descobertas ocorrem
quando as mesmas coisas
são vistas com um novo olhar.Malu Schneider.
Feira de Santana, 05 de abril de 2009
Nancy Caldas

sábado, 7 de março de 2009

Olá, companheiros,




Aqui estou com muita disposição para discutir e socializar "nossa vida de Gestar".