RSS

domingo, 29 de novembro de 2009

NOVEMBRO CONTINUA DOCE... AZEDO, AMARGO, GOSTOSO... VARIA...

Variação foi o que não faltou em nossa oficina referente ao TP1, que promoveu reflexões sobre as Variantes Linguísticas e suscitou discussões acirradas acerca do como usar essas variantes em sala de aula.
Começamos analisando uma composição musical – Gaiola – da banda Fantasmão, que traz uma variante urbana, bastante estigmatizada, a linguagem das bandas de pagode.

GAIOLA
Viver em liberdade
é como um pássaro livre sem gaiola
Pra que andar errado, pra que andar assustado
pra que se a solução ta em você?
Escute o que eu te digo
é palavra de irmão
quem vacila na quebrada
vai cair no gaiolão
Vai cair na gaiola
Seu próprio parceiro pode te entregar
vai cair na gaiola
se os "home" apertar não vai aguentar
vai cair na gaiola
seu mundo é esse e não o de lá
vai cair na gaiola
não vá pisar na bola
Não vire a cabeça
pra esse mundo de ilusão
não seja o laranja
pra entrar no mundo cão.

Os professores discutiram que o uso de textos como esse em suas aulas, além de conseguirem despertar atenção do aluno, pela identificação que tem com a banda, ainda ajudam muito no estudo de variantes reais, fugindo da ideia de que só as músicas com variações rurais contemplam este estudo.
Mobilizamos a turma para a leitura de textos do “internetês”. Interessante observar que grande parte dos nossos professores costuma bater papo na internet, no entanto, não se sente atualizado com relação às variantes usadas neste tipo de comunicação.
As atividades em grupos foram bastante proveitosas, pois propiciaram que os professores cursistas produzissem textos e apresentassem performances que evidenciaram a variação da língua em suas diversas situações de uso.
A fundamentação teórica trouxe textos de Marcos Bagno, Travaglia, Labov e Dino Pretti, que apresentaram tipos de variedades lingüísticas. Para cada tipo de variação, os grupos sugeriram atividades didáticas que podem ser desenvolvidas com os alunos em sala de aula.

                                                        Essa galera é massa!!!
 O trabalho com variantes lingüísticas é uma verdadeira quebra de barreiras, pois alguns professores ainda consideram erradas as variantes estigmatizadas, e sentem dificuldade em reconhecer que há diferenças entre norma padrão e norma culta... Esses paradigmas só conseguiram deixar as discussões ainda mais interessantes e mais proveitosas.
Ainda deu tempo de mostrar as Gírias da Academia Brasileira de Letras, como
Colóquio sonolento para acalentar bovino / Deglutir o batráquio e outras... não entendeu?
Oxente, vai pra oficina do Gestar, meu rei, que lá é massa de aprender essas coisas!!!
DOCE NOVEMBRO...
A oficina do TP6 teve por objetivo discutir argumentação e estratégias relacionadas ao planejamento de escrita. Para alcançar esse objetivo, começamos apresentando algumas imagens de lugares para que toda a turma fizesse opção por uma. Depois de muitos comentários e argumentos, defendendo este ou aquele lugar, o grupo fez opção por uma imagem linda, que logo recebeu o nome de Praia dos Gestaleiros.




O segundo passo era construir um texto coletivo a partir daquela imagem... novas discussões e foi decidida a criação de um outdoor.



O trabalho ficou muito bom, melhor ainda foram as reflexões feitas. Exploramos todos os argumentos que usamos desde a escolha da imagem até a conclusão da construção do texto.
Em seguida realizamos a dinâmica Concordo/Discordo/Argumento, que consistiu em dividir a turma em duplas; sugerir que um dos componentes da dupla concordasse e outro discordasse da afirmação que seria apresentada. Após todos assumirem os seus papéis, cada dupla recebeu uma ficha contendo uma afirmação polêmica (do tipo “o homem é o cabeça da família”, ou “casamento tem de ser para sempre”) sobre a qual cada componente teve 03 minutos para argumentar de acordo com o papel assumido anteriormente – concordar ou discordar.
A turma vibrou com a atividade. Refletimos sobre o quanto foi difícil ouvir os argumentos do colega, bem como sobre a dificuldade de construir argumentos coerentes para concordar com algo de que discordavam e vice-versa. Questionamos sobre os tipos de argumentos que foram usados e passamos para a fundamentação teórica estudando textos de Platão e Fiorin, bem como de Ingedore Vilaça.


Como atividade em grupo, os professores cursistas tiveram a oportunidade de vivenciar situações de produção de textos, que fizeram refletir sobre o planejamento na produção textual, bem com sobre a necessidade de promover atividades que desenvolvam a competência argumentativa dos alunos.
OUTUBRO CHEGOU COM ESTILO... E COERÊNCIA.
Foi uma oficina proveitosa e prazerosa. As atividades propostas conseguiram mobilizar os cursistas para a necessidade de trabalhar Estilística em sala de aula.


Acolhemos a turma falando sobre Palavras, o poder que as palavras tem em nossas vidas, e o quanto elas são carregadas de significados, lembranças, emoções. Foi um momento muito aconchegante que deixou a turma bastante motivada para as próximas atividades.
A oficina acelerou mesmo, quando dona Edna, personagem da historinha contada para introdução do estudo, abriu o galinheiro e todos os frangos fugiram... só um no entanto, pulou a cerca e atravessou a estrada... por quê?



Descobrir o porquê de o frango ter atravessado a estrada, não foi o mais importante, importante foi analisar a forma que cada personagem solicitada usou para explicar a situação. Foi uma forma bastante significativa de perceber as marcas do estilo de cada fala, bem como a coerência entre a explicação dada e o perfil de cada personagem.
Para a divisão da turma em grupos usamos fragmentos de músicas de estilos bem diferentes, forró, rock, sertaneja, pagode, axé... foi uma festa toda a turma cantando os trechos de todos os grupos.
A fundamentação teórica foi feita a partir de leituras de textos de Othon Garcia, Lapa, Sírio Possenti e Ingedore Villaça, com questionamento sobre as palavras que são mais importantes dentro de um texto. Foi bastante pertinente a discussão sobre os lexemas, os morfemas, a fantasia das palavras e a parafantasia. Pertinente foi também a atividade realizada com o Texto de Referência do TP, quando “enxugamos” ao máximo o texto conservando o seu sentido.
Nesta oficina analisamos alguns textos não verbais e todas as pistas que trazem para a construção da coerência textual. Analisamos atividades sugeridas no TP e no AAA, observando as relações entre conteúdo, objetivos, tópicos e descritores da Matriz de Referência do ensino de Língua Portuguesa contemplados ali.
Os professores cursistas usaram expressões como encantamento, prazer, excelência, maravilha, conhecimento e outros para avaliar a oficina, registrando em sua maioria, que a proporção em que o curso avança, sentem-se mais motivados a repensar a prática.
“QUANDO ENTRAR SETEMBRO E A BOA NOVA...”
Setembro chegou e a boa nova foi a oficina de Letramento. Que delícia discutir sobre a necessidade do desenvolvimento da competência leitora do cidadão.
Começamos acolhendo com um poema de Almir Medeiros

É PRECISO LER

                                                                                                                                                            Hosana e Verônica - Performance 
É preciso ler para conhecer o homem
Para conhecer a vida,
Para conhecer o mundo.
É preciso ler.
Ler para satisfazer as exigências culturais
Advindas do permanente questionar
A que o ser humano é levado,
Buscando em tudo o que o cerca
Um significado além daquele
Proporcionando pela realidade imediata
É preciso ler.
Ler para satisfazer os anseios
da natureza espiritual
Que levam o homem a se aproximar
Mais e mais de Deus
É preciso ler
Ler para conquistar paz interior
Que possa substituir o universo caótico
Ocasionado pelo  turbilhão                                                                                                   
em que cada um vive
É preciso ler
Ler muito bem
Enquanto se puder.

Foram bastante enriquecedoras as reflexões sobre o poder que a leitura exerce sobre cada um de nós.
Sugerimos aos cursistas que ao longo da oficina fossem construindo um Diário de Bordo. Sugestão aceita, mãos à obra, pois havia muito a fazer.
Ouvimos e analisamos a composição musical, Meu caro amigo, de Chico Buarque e discutimos o quanto os conhecimentos prévios, o contexto, tudo influencia na compreensão do que é lido. Gostoso das oficinas da área, é a harmonia que há entre elas. Retomamos a oficina de Gêneros, salientando que a composição musical- Meu caro amigo – é também uma carta escrita em versos...


                                          Trindade, Ana Rita e Risocele - Performance

Num momento bastante significativo, os cursistas dramatizaram situações de leitura e escrita, bem como analisaram situações cotidianas que exigem conhecimentos prévios e habilidades de leitura para que a comunicação se faça eficaz.


                              André e Epitácio - Performance

A fundamentação teórica ficou por conta de textos de Marcuschi, Magda Soares e Delia Lerner, que foram lidos em grupos, socializados e discutidos.
Nesta oficina os professores tiveram um tempo para relatar sobre as atividades do Avançando na Prática que aplicaram com seus alunos. Foi impressionante ouvir depoimentos positivos acerca do trabalho desenvolvido. Alguns cursistas declararam que a participação dos alunos superou qualquer expectativa que tinham para o desenvolvimento da atividade. Foram sugeridas, analisadas e validadas também, algumas atividades do AAA, que contemplam o desenvolvimento da competência leitora na perspectiva de letramento. Segundo as avaliações feitas pelos cursistas,a turma amou a oficina... eu também!



Gêneros Textuais...

É final de agosto, e eu estava ansiosa pela realização desta oficina. Nela aconteceram discussões bastante enriquecedoras, que motivaram o professor cursista a repensar o planejamento de leitura em suas aulas.
As discussões foram embasadas em textos de teóricos como Mikhail Bakhtin, Marcuschi e Ingedore Villaça.
Foi de grande importância refletir sobre a necessidade de garantir que a escola promova o estudo de gêneros variados, especialmente os de maior circulação social, já que estes estão presentes no cotidiano do nosso aluno que, na maioria das vezes não tem desenvolvida ainda a habilidade de leitura necessária à compreensão desses textos.
Levamos uma diversidade de gêneros para a oficina, trabalhamos com classificados poéticos e de jornais; receitas, previsões do tempo e até notas de falecimento. Vejam esses textos que levamos para a oficina para motivar o professor a trabalhar leitura e produção de gêneros diversificados.

TEXTO 1

VIDE-BULA
Classificação: Remédio.
Nome: Paratesquecer.
Composição: Ingredientes dosados pra esquecer alguém que não te quer, te faz mal ou tem namorado(a).
Ingredientes: Chá de “cai na real”, amor, felicidade, carinho, pó de alívio no coração.
Informações ao paciente: O remédio age rapidamente, traz o esquecimento da “pessoa”, causa alívio ao coração, paz, tranqüilidade, melhora a visão, você conseguirá ver que existem pessoas que te amam, e que não vale a pena sofrer por “alguém” que não te quer ou tem namorado(a), esse “alguém” só te faz mal.
Indicações: Esse remédio é indicado pra pessoas melancólicas, que sofrem de amor platônico, ou doentio (pessoas que não se tocam).
Posologia: Ingerir dois comprimidos todas as vezes que pensar nesse “alguém”, mais dois comprimidos se sentir vontade de chorar por esse “alguém”, e mais dois comprimidos se sonhar com esse “alguém”. Enfim, tomar dois comprimidos todas as vezes que tiver um sentimento ruim dentro de si por causa desse “alguém” (angústia).
Contra-indicações: Não há contra-indicações, qualquer pessoa pode ingerir esse remédio, pois só contém coisas boas.
Reações adversas: Não há reações adversas, e também não há chances de recaída, é fatal, tomou esqueceu! Só há reações nas pessoas que sofrem desse mal, pois melhorarão.
Validade: Eterna. Basta você querer e o remédio vai agir, o tempo que for. Só não abuse!
                                Paula Santos Garcia – 8ª/2006


TEXTO 2

RECEITA DE COMO SUA MÃE DEIXAR VOCÊ ASSISTIR REBELDE

Ingredientes:
01 panela cheia de bajulação
70 sacos de calma
07 copos de paciência
01 colher cheia de mentira
02 xícaras de força
06 potes de choro

Modo de preparo:
Pegue a sua panela de bajulação e use-a para bajular a sua mãe, depois de tanto bajular, use os 07 copos de paciência e arrume toda a sua casa. Quando sua mãe perguntar, se você já fez o dever, use a colher de mentira.
Quando ela voltar do trabalho e começar a reclamar, use as 02 xícaras de força e os 70 sacos de calma e aguente o trampo. Quando começar REBELDE e sua mãe não deixar você assistir, use os seus 06 potes de choro. Agora se sua mãe for barra pesada, triplique os ingredientes...
E boa sorte!
                                       Hilem Santana Gonçalves -6ª/2006

O professor cursista participou ativamente de cada atividade, mostrando uma motivação muito grande para o trabalho com variedade de gêneros em sua unidade escolar.
Ressaltamos também a necessidade de desenvolver um trabalho que contemple os objetivos do ensino da Língua, segundo os PCN e a Matriz de Referência de Língua Portuguesa.
Foi nesta oficina que o professor foi devidamente orientado para o trabalho com o TP - a aplicação do Avançando na Prática, o estudo do Texto de Referência e todos os detalhes significativos que compõem o livro. Foi orientado também o trabalho com o AAA, analisando algumas atividades propostas, ratificando a necessidade de atividades que contemplem a Matriz de Referência e os objetivos do ensino de Língua dos PCN.
Começar as oficinas da área pelo TP3 me deixou apreensiva. Senti que algumas reflexões acerca de texto e linguagem, ficaram atropeladas e as discussões, embora bastante pertinentes, não ganharam a dimensão que eu esperava. Ainda assim, foi uma delícia vivenciar com os cursistas atividades de leitura e produção de textos de gêneros diversos. Os professores que compõem esta turma são envolvidos e envolventes, tem um jeito todo especial de trabalhar e, principalmente, estão se deixando seduzir pelo programa. Estou encantada!!
Planejar é preciso...


Nesta semana, meados de agosto, realizamos a oficina que discutiu a necessidade do trabalho com Projetos Interdisciplinares. Foi uma oficina extremamente gostosa. Começamos com o poema de Cecília Meireles:

Renova-te

Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

O grupo de professores cursistas participou ativamente, comentando sobre a necessidade de um novo olhar sobre a prática pedagógica e o quanto esperavam que o Gestar pudesse vir ajudar no desenvolvimento desse novo olhar.
Falamos de sonhos, utopias... propusemos aos professores que escolhessem alguns sonhos que gostariam de realizar e durante uma viagem, sugerimos que deixassem de lado alguns desses sonhos, já que apenas um deles poderia ser realizado. Foi interessante observar com que pesar os sonhos eram deixados de lado, alguns desprezados, outros apenas adiados para realizações futuras. Mais interessante ainda foi relacionar essa dinâmica ao processo de construção dos projetos interdisciplinares nas unidades de ensino; cada sonho correspondendo a uma necessidade a ser atendida na escola e a necessidade de elencar prioridades a serem trabalhadas.
Fizemos, nesta oficina uma fundamentação teórica usando um texto de Nilbo Nogueira – Etapas de um projeto, em seguida, os professores foram orientados para a elaboração do projeto que será aplicado em sua unidade de ensino. Houve comentários sobre a necessidade de mobilização de toda a comunidade escolar, em especial dos alunos, já que eles serão os executores do projeto, deverão ser seduzidos a participar efetivamente de cada etapa.
Esta oficina evidencia a responsabilidade e a abrangência do programa Gestar, e desperta em cada professor formador, como eu, a consciência de que estamos em cada escola, movimentando a rede... há muito o que fazer, companheiros, vamos à luta!!
Companheiras(os),

Todo jardim começa
com um sonho de amor.
Antes que qualquer árvore
seja plantada
ou qualquer lago
seja construído,
é preciso que as árvores
e os lagos
tenham nascido
dentro da alma.
Quem não tem jardins
por dentro
não planta jardins por fora.
E nem passeia por eles...
Rubem Alves


Finalmente aconteceu a oficina Introdutória! E olha que já estamos em agosto! Foi no sábado, dia primeiro, numa turma com 28 cursistas no Polo de Riachão de Jacuípe, cidade pertencente à Direc 02. Nesta oficina discutimos uma série de coisas técnicas que tem por objetivo informar o cursista o que vem a ser o Programa: seus objetivos, a carga horária, função de cursista e de formador, etc.
Gosto de realizar as oficinas do Gestar... Na verdade gosto do Gestar todo, toda a idéia do Programa, a teia que é tecida para envolver o cursista que, enlaçado não vê outra saída que não repensar... Repensar a prática, a teoria também. Repensar o fazer, refazer... Torci durante muito tempo para que outros estados pudessem viver isso o que aqui na Bahia estamos vivendo há alguns anos, esse “frisson” na rede (rede estadual de ensino), sentir a rede vibrando, desajustando, reajustando...
Não sei se o novo formato do Gestar que foi implantado em todo o país vai conseguir a dimensão que conseguimos aqui, mas torço por isso. Torço e trabalho. Trabalhando, na oficina introdutória de que comecei a falar, após acolher e sensibilizar o cursista com uma reflexão sobre a necessidade de mudança, da busca do novo partindo do poema de Fernando Pessoa, foi feita uma dinâmica de apresentação , quando os cursistas , à proporção que iam se apresentando e dizendo suas expectativas com relação ao Programa, colocavam numa árvore fixada no quadro o seu nome em uma das folhas, simbolizando assim a idéia de que o Gestar é a árvore, e a partir daquele momento, cada um é parte integrante do Programa.
No momento da sistematização das idéias técnicas constantes no guia, reforçamos também a necessidade da formação continuada, a importância do retorno aos estudos em busca da ressignificação... Nesta oficina foram preenchidas algumas fichas cadastrais, termo de compromisso, e foi entregue o Kit com os TP e AAA.
Demos um “passeio” pelo TP3, já que começaremos por ele as oficinas da área (confesso que estou meio apreensiva com relação a isso), salientando a importância do estudo e da resolução de todas as atividades em casa, uma vez que o curso não é inteiramente presencial.
Fiquei muito, muito encantada com a turma. Ela tem um borogodó!!!!!!!!!!!!
Já no primeiro encontro houve uma interação muito gostosa que me fez perceber que ali grandes discussões acontecerão, e a partir daí muitas práticas serão repensadas. Em Riachão do Jacuípe, os nossos professores cursistas além de ensinarem Língua Portuguesa ou qualquer disciplina, como em qualquer outro lugar, lutam contra uma quantidade grande de adversidades, e, na condição de formadora do Gestar, percebo que as discussões, os estudos podem provocar bem mais do que uma melhora apenas no campo profissional...
Mediar essa oficina foi um desafio... Após tantas, a primeira de cada etapa é sempre muito especial, foi especial principalmente porque, após já ter participado como formadora da certificação de três etapas, uma do Gestar I e duas do Gestar II, o novo formato Gestar/UNB me deixou em alerta... o novo tem o poder de despertar desconfianças. A mensagem inicial desta oficina veio fortalecer a ideia de que “navegar é preciso”.

Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo.
Esquecer os caminhos que nos levam
sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
se não ousarmos fazê-la
teremos ficado pra sempre
à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa