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domingo, 29 de novembro de 2009

Companheiras(os),

Todo jardim começa
com um sonho de amor.
Antes que qualquer árvore
seja plantada
ou qualquer lago
seja construído,
é preciso que as árvores
e os lagos
tenham nascido
dentro da alma.
Quem não tem jardins
por dentro
não planta jardins por fora.
E nem passeia por eles...
Rubem Alves


Finalmente aconteceu a oficina Introdutória! E olha que já estamos em agosto! Foi no sábado, dia primeiro, numa turma com 28 cursistas no Polo de Riachão de Jacuípe, cidade pertencente à Direc 02. Nesta oficina discutimos uma série de coisas técnicas que tem por objetivo informar o cursista o que vem a ser o Programa: seus objetivos, a carga horária, função de cursista e de formador, etc.
Gosto de realizar as oficinas do Gestar... Na verdade gosto do Gestar todo, toda a idéia do Programa, a teia que é tecida para envolver o cursista que, enlaçado não vê outra saída que não repensar... Repensar a prática, a teoria também. Repensar o fazer, refazer... Torci durante muito tempo para que outros estados pudessem viver isso o que aqui na Bahia estamos vivendo há alguns anos, esse “frisson” na rede (rede estadual de ensino), sentir a rede vibrando, desajustando, reajustando...
Não sei se o novo formato do Gestar que foi implantado em todo o país vai conseguir a dimensão que conseguimos aqui, mas torço por isso. Torço e trabalho. Trabalhando, na oficina introdutória de que comecei a falar, após acolher e sensibilizar o cursista com uma reflexão sobre a necessidade de mudança, da busca do novo partindo do poema de Fernando Pessoa, foi feita uma dinâmica de apresentação , quando os cursistas , à proporção que iam se apresentando e dizendo suas expectativas com relação ao Programa, colocavam numa árvore fixada no quadro o seu nome em uma das folhas, simbolizando assim a idéia de que o Gestar é a árvore, e a partir daquele momento, cada um é parte integrante do Programa.
No momento da sistematização das idéias técnicas constantes no guia, reforçamos também a necessidade da formação continuada, a importância do retorno aos estudos em busca da ressignificação... Nesta oficina foram preenchidas algumas fichas cadastrais, termo de compromisso, e foi entregue o Kit com os TP e AAA.
Demos um “passeio” pelo TP3, já que começaremos por ele as oficinas da área (confesso que estou meio apreensiva com relação a isso), salientando a importância do estudo e da resolução de todas as atividades em casa, uma vez que o curso não é inteiramente presencial.
Fiquei muito, muito encantada com a turma. Ela tem um borogodó!!!!!!!!!!!!
Já no primeiro encontro houve uma interação muito gostosa que me fez perceber que ali grandes discussões acontecerão, e a partir daí muitas práticas serão repensadas. Em Riachão do Jacuípe, os nossos professores cursistas além de ensinarem Língua Portuguesa ou qualquer disciplina, como em qualquer outro lugar, lutam contra uma quantidade grande de adversidades, e, na condição de formadora do Gestar, percebo que as discussões, os estudos podem provocar bem mais do que uma melhora apenas no campo profissional...
Mediar essa oficina foi um desafio... Após tantas, a primeira de cada etapa é sempre muito especial, foi especial principalmente porque, após já ter participado como formadora da certificação de três etapas, uma do Gestar I e duas do Gestar II, o novo formato Gestar/UNB me deixou em alerta... o novo tem o poder de despertar desconfianças. A mensagem inicial desta oficina veio fortalecer a ideia de que “navegar é preciso”.

Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo.
Esquecer os caminhos que nos levam
sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
se não ousarmos fazê-la
teremos ficado pra sempre
à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

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